Em um artigo publicado no blog da plataforma americana Bigcommerce, a especialista em comércio eletrônico Tracey Wallace listou as principais tendências de e-commerce em 2018. Elaborada com o auxílio de outros 31 profissionais do setor, a lista inclui desde métricas de acompanhamento até as estratégias preferidas pelos lojistas na hora de planejar investimentos para o novo ano.
Nesta série dividida em quatro partes, iremos nos aprofundar nos onze pontos mais relevantes para a sua loja virtual. Em cada postagem, ofereceremos alguns exemplos práticos de como utilizar as tendências de e-commerce para conquistar o público e aumentar as vendas. Caso tenha perdido as Parte 1, 2 e 3, clique aqui, aqui e aqui!
Conteúdos do Post
9. Marketing de influência
Por mais sincera que seja a sua publicidade, ela sempre será vista como uma opinião parcial…
“É claro que falarão coisas boas, estão tentando me convencer a comprar!”
Isto não quer dizer que você precise falar mal de outras marcas ou denegrir a imagem da concorrência para conquistar confiança. O importante é lembrar de uma das grandes constatações do marketing moderno:
“Todo mundo gosta de comprar, mas ninguém gosta que lhe vendam”
Encare o desafio de convencer uma audiência que não está tão a fim de você (pelo menos, não por você mesmo). E como a sua credibilidade já está em xeque, a saída pode estar exatamente nos olhos de quem vê.
Com origem no latim medieval (influentĭa), o termo “influência” designa uma espécie de poder exercido sobre uma ou mais pessoas. Essa relação de prestígio é capaz de moldar pensamentos e ações, levando outros a se comportarem de uma determinada maneira.
“Mas o que isso tem a ver com a minha loja virtual?”
Bem… tudo! Uma venda é resultado de necessidade ou convencimento. Se a sua palavra não é suficiente para convencer (e frequentemente, não é), talvez você só precise encontrar a fonte certa.
A tendência #9 fala sobre o Marketing de influência, e como ele vem sendo usado para persuadir o público e aumentar as vendas. O assunto pode ser muito útil para o seu e-commerce, e nem somos nós que estamos dizendo…
Avaliações
Você pode até não ligar muito para o que os outros pensam, mas as estatísticas mostram que o seu público liga. No site da revista Forbes, Ryan Erskine listou 20 dados sobre reputação on-line que todo lojista deveria conhecer. Leia o texto completo aqui, ou confira aquelas que consideramos mais interessantes na sequência:
- 90% dos consumidores leem avaliações on-line antes de visitar um negócio (2016);
- As avaliações on-line têm um impacto de 67,7% nas decisões de compra (2015);
- 84% das pessoas confiam tanto em avaliações on-line quanto em recomendações pessoais (2016);
- 74% dos consumidores dizem que avaliações positivas tornam um negócio local mais confiável (2016);
- 65% das pessoas veem a pesquisa on-line como a fonte mais confiável de informações sobre empresas. Esse é o maior nível de confiabilidade atualmente (2014);
- Uma única avaliação negativa na primeira página de resultados de busca gera um risco de perda de 22% para os negócios. Para dois resultados negativos, o número sobe para 44%, chegando a 59,2% se houver uma terceira e 70% com uma quarta (2015);
- Quase metade dos adultos dos EUA pesquisam no Google antes de fazer negócios com uma empresa, sendo que 45% disseram ter encontrado algo que os fez desistir. Por outro lado, 56% solidificaram a decisão de compra a partir de uma busca on-line (2012).
Diante disso, certifique-se de prestar atenção no que os usuários dizem a respeito do seu produto, atendimento e loja. Caso encontre alguma crítica, não se desespere. Os especialistas garantem que é possível converter opiniões negativas em positivas, contanto que a sua ação seja rápida, eficiente e demonstre uma preocupação genuína com a satisfação do cliente.
Não esqueça também de encorajar as avaliações positivas e compartilhar histórias de sucesso!
Concursos
E por falar em encorajamento, que tal mobilizar o seu público através de algum concurso ou promoção? A ideia não é “comprar” avaliações positivas, mas sim estimular aqueles que já tem uma boa imagem da empresa a compartilharem tal visão com o resto do mundo.
Os concursos culturais costumam ser uma ótima fonte de depoimentos inspiradores. Além disso, despertam a atenção das pessoas naturalmente e recompensam os defensores da sua marca.
Descontos
O título é autoexplicativo. Estimule o compartilhamento de ofertas e avaliações com uma vantagem bem definida para os clientes: desconto.
Novamente, a ideia aqui não é comprar uma avaliação positiva, mas sim recompensar aqueles que contribuem para o boca a boca em torno da sua marca.
Conteúdo relevante
“O boca a boca é poderoso – e hoje, o boca a boca não precisa acontecer cara a cara”
Atualmente, uma das formas mais comuns de demonstrar as vantagens de um produto é a criação de conteúdo relevante que o utilize. A apresentação costuma ser feita de forma indireta, casual, o que dá ao objeto a chance de roubar a cena sem soar como um comercial apelativo.
Considere o exemplo de uma loja de produtos para animais. Uma das mercadorias com maior participação no faturamento pode ser uma coleira com diferencial exclusivo.
Ao invés de criar uma propaganda sobre a coleira X e como ela é incrível, o lojista pode optar por um caminho diferente. Neste caso, é possível criar um vídeo ou e-book que traga soluções para um problema muito comum entre donos de cães: como acostumar o animal a usar coleira.
À medida que o vídeo ou livro demonstra o uso de uma coleira (por coincidência, a coleira X), a mensagem de que esta marca é confiável será transmitida ao público-alvo. O conteúdo terá utilidade mesmo para quem ainda não precisa do produto. As chances de compartilhamento espontâneo serão ainda maiores.
Em termos de funil de vendas, este tipo de material se destina ao que chamamos de “topo do funil”. Você provavelmente não fechará muitas vendas por causa dele, mas estará atraindo vários olhos e ouvidos para o que realmente gostaria de dizer.
Digital Influencers
A relação entre celebridades e o marketing é muito mais antiga do que parece. Ela pode ser observada desde o século XVIII, quando a aprovação da nobreza conferiu status à fabricante de produtos de cerâmica Wedgwood, na Inglaterra.
De lá pra cá, marcas famosas viraram praticamente um sinônimo de rostos conhecidos. Empresas como a Pepsi, L’Oréal, Nike e a Havaianas no Brasil costumam ter celebridades protagonizando seus anúncios. Na maioria das vezes, o investimento compensa.
A principal causa está na credibilidade dos famosos. Para o público geral, não importa muito se a Ivete Sangalo economiza em passagens aéreas ou se o Luciano Huck já cursou uma faculdade a distância: se eles estão anunciando o produto, é porque acreditam nele, certo? Partindo do pressuposto de que ninguém quer ter seu nome associado a um possível escândalo, a estratégia funciona mais do que falha.
Mas se o requisito para ser porta-voz de uma marca é estar em evidência (positivamente, é claro), como o surgimento das novas mídias impacta os ditadores da moda?
Na verdade, esta pode ser justamente a maior das tendências. Com a popularidade das redes sociais e canais de compartilhamento, artistas e esportistas passaram a dividir espaço com uma nova categoria de gente famosa: os digital influencers.
As novas vozes
Exemplo: a loja de roupas on-line Galeria Tricot já teve peças divulgadas por atrizes, modelos e personalidades do Instagram
Os influenciadores digitais nada mais são do que produtores de conteúdo (audiovisual, literário…). Por serem “gente como a gente”, sua opinião tende a soar um pouco mais natural. Seu alcance e potencial influenciador podem ser enormes, já que o público costuma ir até eles, e não o contrário.
“[Marques] Brownlee começou sua carreira on-line aos 16 anos, fazendo screencasts e tutoriais de software. Hoje ele pode comandar milhões de visualizações em seu canal no YouTube voltado para tecnologia e gadgets; um vídeo de unboxing do iPhone 7 em 2016 acumulou 9,9 milhões de visualizações. Ele trabalhou com marcas como Google, Apple, YouTube, Tesla e Nike”
Unindo o útil ao agradável
Em termos lógicos, nem toda celebridade é um digital influencer, mas todos os digital influencers são um tipo de celebridade. E as empresas já estão cientes disso!
Exemplo: a youtuber Jout Jout recomendou o Airbnb em um de seus vídeos após firmar uma parceria com o site de hospedagem. O objetivo? Prolongar sua estadia em Nova York, patrocinada pela Netflix.
No caso dos influenciadores digitais, a atenção ao público-alvo se torna mais importante do que com outros famosos. Enquanto artistas e atletas têm um apelo mais genérico, grande parte dos digital influencers atende a um nicho específico. Ou seja: dentre os diversos influenciadores disponíveis, é preciso identificar aqueles que têm um público parecido com o seu. Se a marca combina com eles, todos saem ganhando.
10. Gestão omnichannel
Lojista divulga o produto ⇨ Cliente entra na loja ⇨ Cliente realiza a compra.
Se esta ainda é a sua visão do fluxo de vendas, acho que precisamos conversar…
Já falamos extensivamente sobre as transformações impostas pela tecnologia nos posts anteriores desta série. Assim, entendemos que existem diversos caminhos pelos quais um potencial comprador consegue chegar até você, certo?
Nesta seção, discutiremos o Omnichannel, tendência utilizada pelas principais empresas no Brasil e no mundo para garantir uma experiência agradável de compra, independentemente do meio utilizado. Confira!
O que é?
O prefixo “omni” vem do latim omnis, que significa todo/tudo.
Sua marca ganhou algumas formas de se fazer presente ao longo dos anos: loja virtual, redes sociais, marketplaces e talvez até lojas físicas. A novidade não passa despercebida pelos consumidores, que agora contam com múltiplos canais de atendimento e podem optar pela forma mais conveniente de concretizar uma compra. É claro que o maior alcance vem acompanhado de grandes responsabilidades… Controle de estoque, precificação e SAC são apenas algumas das preocupações.
Não importa se você decidiu tratar cada canal separadamente: no fundo, todo cliente espera (e acredita) que eles estejam perfeitamente integrados.
Surge então o conceito de omnichannel (ou omni-channel). Esta tendência visa unificar a experiência do cliente com a loja em qualquer plataforma ou dispositivo. O usuário não enxergaria diferenças entre o atendimento no site, loja física ou marketplace, já que a atenção recebida seria a mesma.
Pra que serve?
No blog da plataforma de e-commerce VTEX, Rafael Campos justifica a importância de ter uma estratégia omnichannel para sua loja (seja ela grande ou pequena) com o comportamento da geração atual. “Esse consumidor não é conectado, ele está conectado”, afirma o especialista.
Contrariando previsões anteriores, o varejo físico não foi extinto com a popularidade do e-commerce. Na verdade, ele passou a atuar de forma diferente, cada vez mais sincronizada com o que acontece na rede. Um exemplo disso é o termo ROPO (do inglês “Research online, purchase offline”), que designa um fenômeno observado em adolescentes e jovens adultos. Quem nunca pesquisou por um produto na internet antes de adquiri-lo em uma loja física?
Ainda segundo Campos, o omnichannel pode ser um diferencial competitivo no mercado, já que aumenta a visibilidade da marca, proximidade com o cliente, e permite tomar decisões mais informadas.
“Muitas lojas utilizam o canal digital para definir com precisão o mix de produtos de uma nova loja física em uma cidade ou estado que a empresa não atua. Através de análise de dados de vendas exclusivos para a região, é possível determinar quais produtos possuem mais aderência ao público”.
Nascida e criada na internet, a Amazon inaugurou sua primeira “loja de tijolos” para expandir as possibilidades de compra. A estratégia é um passo importante da gigante americana rumo ao omnichannel. Imagem: Amazon.
Multichannel x Omnichannel
Imagine que você acessa o site da sua loja de calçados preferida. Você descobre uma promoção incrível, escolhe o modelo ideal e corre até a loja mais próxima para experimentar/levar o produto. Chegando lá, a surpresa: a oferta em questão é exclusiva para clientes do site.
Essa falta de integração entre os canais disponíveis é uma realidade bastante comum no Brasil. Isto porque grande parte das lojas se tornou multichannel ou multicanal, mas ainda não é omnichannel. Em linhas gerais, oferecer múltiplas opções de contato é ser multicanal; preocupar-se com a forma como estes canais estão conectados é ser omnichannel.
Mesmo que a convergência não seja uma regra do mercado nacional, esforços para aderir à ela são apreciados pelo público. Empresas como a Leroy Merlin Brasil e o Magazine Luiza tiveram aumento significativo nas visitas à loja física graças às campanhas on-line.
“No início dos anos 2000, a grande tendência nos sistemas de atendimento era o multicanal, a capacidade de processar vários tipos de comunicação como voz, e-mail, fax etc. Os melhores sistemas podiam lidar com a maioria dos canais e encaminhá-los a agentes com graus de lógica distintos. Então, em algum ponto do caminho (de uma forma muito “Spinal Tap”), alguém decidiu que omni era um pouco melhor do que multi, então eles amplificaram ao máximo e nunca olharam pra trás”.
Por onde começar
Tecnologia
Venda em quantos canais de venda forem necessários, desde que consiga gerenciá-los.
O processo para se tornar uma empresa omnichannel começa com eleger os canais que fazem mais sentido para você e descobrir como conectá-los. Fatores como abrangência geográfica, catálogo de produtos, controle de estoque, operação logística, dentre outros, precisam ser avaliados com antecedência.
Mais do que controlar cada canal, você precisa garantir que todos eles reflitam a mesma realidade. A precificação também exige planejamento, pois os custos e taxas variam bastante entre canais. A regra de ouro, portanto, é selecioná-los pela oportunidade e necessidade que representam para o seu negócio (e não apenas pela popularidade no mercado).
Dependendo da quantidade de frentes escolhidas, o acompanhamento se torna difícil e dispendioso. Nestes casos, uma solução tecnológica pode ser essencial para não perder o controle. Alguns exemplos de ferramentas incluem:
- Plataforma de e-commerce com suporte a omnichannel.
- Sistema ERP integrado a marketplaces;
- Sistema de Gestão de Relacionamento com o Cliente (CRM);
- Sistema PDV (Ponto de Venda);
- Integrações com software ou serviço de terceiros.
Tenha em mente que, além do investimento em tecnologia, é necessário considerar o período de treinamento e adaptação da equipe aos novos processos.
Logística
O armazenamento e transporte de mercadorias é um dos fatores de maior risco para qualquer empresa de e-commerce. Antes de considerar uma estratégia omnichannel, procure responder a todas as perguntas abaixo (e algumas outras):
– Onde a mercadoria será armazenada?
Uma posição estratégica pode economizar tempo e dinheiro. Considere também as condições de armazenamento para garantir a conservação do estoque.
– O estoque será compartilhado por múltiplos canais de venda?
Se o objetivo é centralizar a operação de todas as frentes de venda, um estoque compartilhado pode ser uma boa ideia. Contudo, é fundamental que todos os canais estejam integrados. Pense em como será feito o controle de entradas e saídas de estoque para não vender mais do que pode entregar (nem gastar uma fortuna no frete).
– Quem será o responsável pela separação e envio de pedidos?
Você pode realizar a separação sozinho, ter uma equipe dedicada a isso ou ainda terceirizar o serviço. Leia mais sobre as opções de controle de estoque neste artigo e em nosso e-book gratuito.
– Como lidar com a logística reversa?
De acordo com Campos, e-commerces de roupas e acessórios de moda chegam a ter 20% dos itens trocados/devolvidos. Obviamente, isto gera custos adicionais de postagem. Mas o que poucas empresas antecipam são as despesas com retrabalho, embalagem, possíveis danos à mercadoria e ao relacionamento com o consumidor. Estes podem ser ainda maiores.
Procure se informar a respeito da logística reversa e como ela pode ser aplicada com qualidade no seu e-commerce. Você pode ler mais sobre o assunto aqui.
Atendimento
Um dos maiores benefícios do omnichannel é o de eliminar intermediários. Isso quer dizer que qualquer situação reportada deve ter as mesmas chances de ser resolvida via telefone, e-mail, chat…
Soa bem na teoria, mas na prática… não é tão simples!
Pra começar, é imprescindível ter uma equipe treinada, bem articulada e com acesso à toda informação relevante. O cliente não quer saber se está falando com alguém do almoxarifado ou da central de atendimento: ele tem um problema e gostaria de resolvê-lo. O mesmo vale para dúvidas, reclamações e elogios.
Convém lembrar que o omnichannel precisa ser uma cultura da empresa. As vendas online possuem um timing próprio, ora mais lento, ora mais ágil que o varejo físico. Entender e abraçar estas particularidades, que vão desde o cadastro de produtos no site até a entrega ao consumidor, deve ser um desafio para todos os setores. Para Campos, não é possível alcançar essa sinergia se nem todos embarcarem na ideia.
“As mudanças significativas precisam do apoio de todos os envolvidos, como setor de vendas, marketing, tecnologia da informação, logística, atendimento, contabilidade e outros. O foco é a satisfação do consumidor e isso deve ser uma regra inviolável”
— Rafael Campos, blog da VTEX.
Cliente no centro
O X da questão é precisamente este: colocar o cliente no centro do processo, tratando-o como uma única entidade em todos os canais. Embora não seja uma tarefa fácil, a exigência do mercado também pode ser uma oportunidade para usar o conhecimento ao seu favor.
“A transição do cliente entre os canais é essencialmente sua jornada de compra e permite adaptar sua comunicação de marketing às necessidades específicas de cada cliente. Então, em vez de pensar em cada venda como um evento isolado acontecendo em um canal, você pode visualizar o processo de pensamento em torno de cada compra”
É como vimos no retargeting: o carrinho abandonado de hoje pode ser a sugestão de produtos de amanhã… Cruzar os dados de uma pessoa em diversos canais só aumenta as chances de acertar em cheio.
Políticas Comerciais
Empresas que atuam em múltiplos canais precisam estar atentas à sua precificação e condições de pagamento. No caso dos marketplaces, por exemplo, a diferença entre as taxas pode passar de 5%, e isso deve se refletir no valor das mercadorias. Você não vai querer esvaziar seu estoque com uma margem insustentável, não é mesmo?
Um ponto importante, no entanto, é não perder a integração de vista. Rafael Campos alerta para o transtorno de “este produto não está disponível no canal X” ou “este valor só pode ser aplicado ao canal Y”.
A situação é especialmente constrangedora para o cliente quando envolve uma loja física. Ainda segundo ele, discrepâncias muito grandes podem gerar uma espécie de canibalismo entre canais, já que a relação custo-benefício tem grande peso para o consumidor.
O fim da exclusividade?
É claro que os preços e catálogos não precisam ser idênticos. As Lojas Americanas, por exemplo, oferecem alguns produtos que só podem ser adquiridos nas lojas físicas, mesmo que atuem no comércio eletrônico. As promoções de Black Friday também costumam ser diferentes das do site, permitindo a competição “justa” nos dois tipos de varejo.
É bem verdade que estamos falando de uma rede multicanal, não omnichannel. Uma possibilidade para chegar ao outro extremo seria permitir a transação no canal “errado” mediante certas condições (exemplo: apresentar cupom impresso). Compras no site poderiam ser retiradas na loja e o cadastro online poderia ser o mesmo da loja física.
De qualquer forma, não há desculpa para deixar o cliente mal-informado: se a oferta é exclusiva para essa loja, explique na divulgação. Evite as frases ambíguas e letras miúdas!
Em suma, preços equivalentes geram uma sensação de unidade no eixo loja física-e-commerce, mas podem ser impraticáveis em todos os setores. Na dúvida, procure variar as promoções e descontos para que um canal não tenha vantagem permanente sobre os demais. Já nos marketplaces, estude as taxas praticadas e procure nivelar pelo menor valor que não prejudique a rentabilidade. O seu bolso agradece!
Consistência
Caso pretenda lembrar de uma única dica sobre o omnichannel, eis aqui uma forte candidata: seja consistente! O propósito de “todos os caminhos levam a nós” deve ser incorporado por cada área, sendo evidenciado nas campanhas de marketing e reforçado por aqueles que lidam com o público.
Não deixe de observar os detalhes e nem de explorar as potencialidades de cada canal. Procure apenas mantê-los numa mesma temática para não confundir ninguém.
Quer trabalhe com uma equipe grande ou a banda de um homem só, aos olhos do cliente, o resultado tem que ser o mesmo.
11. Soluções de Pagamento
Em nossa última tendência de e-commerce discutiremos um fator indispensável para qualquer indústria: o dinheiro. Mais precisamente, como garantir que ele chegue até você!
É claro que não precisamos nos estender nas formas de pagamento:
- Cartão de crédito/débito;
- Boleto bancário;
- Transferência online;
- Carteiras digitais;
- Milhas.
Ao invés disso, falaremos sobre custo de implantação e segurança. Num ambiente assombrado por fraudes, tanto o seu cliente como você precisam de algumas (várias) certezas antes de disparar o último clique, não é?
Resumimos abaixo os conceitos mais relevantes sobre soluções de pagamento, alternativas populares e pontos que valem a pena considerar. Continue lendo!
Bandeiras
Pode parecer lógico, mas não custa relembrar: a bandeira é, na verdade, a marca de um cartão de débito ou crédito. Suas responsabilidades incluem:
- Definir a quantidade de parcelas em que um pagamento pode ser realizado (condições de pagamento);
- Controlar os estabelecimentos em que o cartão é aceito;
- Verificar os dados do cartão e seu respectivo limite no momento do pagamento;
- Autorizar/Negar a transação.
Adquirentes
As bandeiras de cartão de crédito e instituições financeiras que os emitem se comunicam com sistemas chamados de “adquirentes”. Empresas como a Rede, Stone e Cielo são exemplos de adquirentes.
Os adquirentes podem ser entendidos como operadoras de cartão. Eles são responsáveis por fazer a liquidação das transações financeiras, isto é, processar o pagamento até o fim.
De acordo com o site da plataforma VTEX, o fluxo de comunicação se dá da seguinte forma:
Cliente ⇨ Loja ⇨ Adquirente ⇨ Banco emissor / Bandeira
Logo, conversar diretamente com o adquirente parece ser a melhor ideia, certo? Talvez não.
De acordo com os especialistas, uma integração direta com o adquirente só é viável para empresas maiores. Apesar de proporcionar taxas mais baixas por transação, essa integração traria custos de implantação e manutenção relativamente altos. Além disso, seria necessário ter um bom conhecimento do processo para não criar problemas.
Na sequência, discutimos outras alternativas mais amigáveis para pequenos e médios empreendedores.
Subadquirentes
O próximo termo abrange os intermediadores de pagamento ou subadquirentes. Estes consistem em empresas que processam a transação do cliente e, posteriormente, repassam o valor à loja. Não estamos falando de bancos, agências ou operadoras de cartão, mas sim de serviços especializados em fazer esse meio de campo para os lojistas.
As formas de pagamento são escolhidas pelo próprio subadquirente, que costuma aceitar as principais opções do mercado. Responsáveis pela validação dos dados, eles geralmente representam um risco de fraude menor para ambos os lados.
A ausência de um custo de adesão torna os subadquirentes indicados para empresas menores. As taxas dos intermediadores podem chegar ao dobro do índice normal, mas seu funcionamento é consideravelmente simples para quem está começando.
Gateways de pagamento
Os gateways de pagamento atuam como as “maquinhas” de cartão nas lojas físicas. Através de uma interface com adquirentes, você consegue processar transações imediatamente, sem envolver um intermediário para receber o dinheiro por você.
A validação dos dados, é feita pelo adquirente (ex.: Cielo), que só autoriza o pagamento depois de consultar o saldo disponível. Cabe ressaltar, no entanto, que esta validação se atém aos dados básicos do cartão, não sendo exatamente um sistema antifraude.
Por um lado, os gateways de pagamento exigem contratos individuais com cada bandeira de cartão. Por outro, oferecem maior poder de negociação e taxas mais baixas em relação aos subadquirentes.
Vantagens e desvantagens
A tabela a seguir foi construída a partir de um artigo de Simone Chaves, publicado no blog do gateway de pagamento Mundipagg. Você pode ler o texto na íntegra neste link.
Comparação entre soluções de pagamento disponíveis para e-commerce.
(*) Ao utilizar subadquirentes, o controle na aprovação de transações tende a ser muito rigoroso. Com isso, vendas legítimas podem não ser aprovadas por não se enquadrarem nos critérios do intermediador.
Principais soluções de pagamento no Brasil
Adquirentes
Subadquirentes
Gateways de Pagamento
Considerações Finais
E assim chegamos ao fim da nossa lista de tendências de e-commerce para 2018!
Nesta série de 4 posts, foi possível observar que as transformações tecnológicas andam lado a dado com as expectativas do consumidor. O que surge como diferencial desejável muitas vezes serve de base para novas exigências do mercado — com grandes consequências para quem não se adapta a elas.
Seja no varejo físico ou no comércio eletrônico, lojistas precisam estar atentos a mudanças no comportamento do público-alvo. Grande parte destas informações já estão disponíveis de alguma forma, especialmente no ramo de e-commerce. Cabe a você e sua equipe buscarem saber mais sobre o assunto, descobrindo formas de incorporar as tendências à sua realidade.
Mas atenção: nenhuma evolução é 100% segura, já que as suas necessidades podem não estar alinhadas às da maioria. Em outras palavras, o que é bom para todos pode ser um risco para o seu negócio! Antes de investir, pesquise e questione-se: “uma nova metodologia/ferramenta faz sentido pra mim nesse momento?”. Independentemente da resposta, preceda com cautela e bom senso 🙂
Se as dicas acima foram úteis pra você, não deixe de compartilhá-las nas redes sociais! Tem alguma dúvida, sugestão ou observação? Conte pra gente nos comentários!
Mais do que soluções, esperamos ter oferecido ideias e sugestões para complementar sua perspectiva. Afinal de contas, nós queremos ver o seu e-commerce decolar!
Perdeu algum dos posts da série? Basta clicar nos links abaixo e colocar a leitura em dia 🙂
“11 tendências de e-commerce para a sua loja crescer em 2018”:
- Tendências de e-commerce I: Localização, comunidade e conteúdo;
- Tendências de e-commerce II: Otimização mobile, retargeting e CRO;
- Tendências de e-commerce III – Ferramentas de apoio e e-mail marketing;
- Tendências de e-commerce IV: Marketing de influência, omnichannel e pagamento.
Referências
“The 19 Ecommerce Trends + 147 Online Shopping Stats Fueling Sales Growth in 2018 Tracey Wallace”, por Tracey Wallace — BigCommerce. Leia o texto completo em inglês.
“20 Online Reputation Statistics That Every Business Owner Needs To Know”, por Ryan Erskine — Forbes. Leia o texto completo em inglês.
“Omnichannel na prática: o que é e como implementar?”, por Rafael Campos — Blog VTEX. Leia o texto completo.
“Qual é a diferença entre adquirente, bandeira, gateway e subadquirente no Brasil?”, por Ju Lopes — VTEX. Leia o texto completo.
“Como escolher o sistema de pagamento para e-commerce?”, por Simone Chaves — Blog Mundipagg. Leia o texto completo.